A EMEF Enzo Antonio Silvestrin é uma escola pertencente à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo que atende cerca de 1000 estudantes de Fundamental 1 e Fundamental 2 no Jardim Pirituba, Zona Norte de São Paulo. As coordenadoras Osmarina Borges e Simone Oliveira nos trouxeram um relato sobre o incrível trabalho desenvolvido pela equipe de educadores diante do cenário de pandemia no ano de 2020. Uma equipe que se reinventou e reelaborou a proposta pedagógica para torná-la dotada de sentido para professores e estudantes e, assim, manter o vínculo das crianças e jovens com a escola. Acompanhem o relato das coordenadoras acerca da construção dessa proposta de trabalho por meio de eixos pedagógicos interdisciplinares e acompanhem no vídeo os impactos desta proposta para a ampliação das práticas inclusivas durante a pandemia.
“No início da pandemia a equipe da Enzo tinha a preocupação de manter contato e vínculo com os estudantes de uma forma que fizesse sentido para estudantes, professoras, professores e famílias, que fosse coerente com o Projeto Político Pedagógico e que desse continuidade a um trabalho já iniciado.
Desta forma, quando a prefeitura fez o comunicado que usaríamos a plataforma google sala de aula,a nossa proposta de trabalho por eixos já estava em discussão.
Cada professor ou professora optou por em um eixo, com encontros semanais para discutir e planejar o que será proposto para os estudantes. As atividades planejadas são compartilhadas na plataforma uma vez por semana. Essa atividade pode ou não ser online.
Nos grupos de whatsapp que foram criados para otimizar as informações e a comunicação com estudantes e famílias são compartilhados os links e convites das atividades dos eixos. As redes sociais da escola (instagram e facebook), também são usadas para a divulgação de links e convites.
Além dos eixos, cada professor ou professora tem na plataforma um horário de plantão, no qual atende os estudantes, acolhendo suas dúvidas e dificuldades.
Caminhar desta forma, dentro da plataforma google sala de aula, trouxe maior significado e sentido para o grupo de professores e professoras e para os estudantes, mas nem sempre foi fácil, pois esbarramos na pouca familiaridade com as ferramentas tecnológicas, a falta de acesso à internet, a falta de acesso à aparelhos como celulares, computadores ou tablets e outras tantas questões.
O que nos “salva” é o trabalho coletivo, os projetos colaborativos e interdisciplinares que permitem que a gente aprenda uns com os outros. Ao longo deste período, temos tido diversas formações que nos possibilitam a discussão, a reflexão e o aprendizado, não só de ferramentas para a plataforma, mas também de como fazer uma educação que faça sentido para o/a estudante, que seja inclusiva e emancipadora.
Compartilhando a nossa vivência e ouvindo tantas outras, que foram compartilhadas nos encontros da Rede Pela Inclusão, a gente se inspira, se fortalece e acredita que é possível uma educação pública de qualidade. Porém, não podemos esquecer que a educação que a gente acredita e quer, não é feita à distância. Ela é feita olho no olho, com conversa, acolhimento, abraço. Ela é feita dividindo o lanche com o colega, sentado à mesa para comer junto no almoço, brincando no parque da escola, interagindo com as pessoas. Ela é feita nas reuniões com as famílias, nas conversas informais com o colega professor ou professora, nos momentos de estudo dos horários coletivos.
Enquanto a gente não puder ter esse convívio de volta, vamos assim, fazendo o nosso melhor na esperança de que cada vez mais estudantes tenham acesso às ferramentas necessárias para manter os vínculos já construídos com a escola e tenham assegurado o seu direito ao conhecimento, à informação e à participação.”
Como resultado desse trabalho, educadores e estudantes da EMEF produziram duas revistas eletrônicas que ilustram esse percurso de aprendizagem (uma do Fundamental 1 e uma do Fundamental 2). Acesse as revistas, admire e inspire-se!
Relato por Osmarina Borges e Simone Oliveira