4º Encontro da Rede de Escolas Públicas Municipais pela Inclusão: Costurando caminhos coletivamente

Um novo ano chegou e, com ele, nosso último encontro. Aproveitando essa virada e atentos aos desafios que 2021 irá trazer, entendemos que a melhor forma de finalizar nosso processo seria identificar e fortalecer as tantas ferramentas desenvolvidas por escolas e educadores ao longo do ano anterior, trazendo-as como um ponto de partida para lidar com as demandas atuais.

Divididos em dois grupos, inicialmente os educadores fizeram um levantamento de ferramentas utilizadas ao longo do ano passado em relação a diversos aspectos do trabalho pedagógico: comunicação com as famílias, planejamento, propostas de atividades, acompanhamento do percurso, avaliação, resultados de trabalhos realizados, plano do AEE, entre outros. Com base no que foi apontado, passamos a refletir sobre o uso dessas ferramentas na relação com as práticas inclusivas, buscando identificar quais foram mais efetivas, quais já existiam antes da pandemia e puderam ser adaptadas à nova realidade do ensino remoto e, além disso, quais novas ferramentas poderiam ser sugeridas a partir do que já foi vivido. 

Nem é preciso dizer que inúmeras ferramentas foram mencionadas e discutidas, revelando o quanto as escolas se debruçaram em criar alternativas para a continuidade do trabalho pedagógico, mesmo diante de um cenário tão desolador. Como bem mencionado por uma das integrantes do grupo, não há ferramenta boa ou ruim em si, sendo necessário pensá-las a partir do objetivo que se pretende atingir. Um dos grandes exemplos disso, foi a questão das telas, anteriormente tão aversivas para educadores e que, em 2020, passaram não apenas a ser necessárias, mas muitas vezes a única forma de dar continuidade ao vínculo e acompanhamento pedagógico dos estudantes. Como exemplo disso, tivemos professores de atendimento educacional especializado contando do quanto áudios e breves vídeos enviados por whatsapp para os acompanhantes de seus estudantes, com orientações breves acerca do que seria necessário para a realização da atividade, foram fundamentais para um melhor envolvimento e acompanhamento dos alunos durante a proposta. 

Também pudemos observar como uma mesma ferramenta (registros por escrito, formulários de avaliação, ferramentas do Google) foi utilizada de formas extremamente distintas pelos educadores de acordo com o contexto de cada um. Esses diferentes usos, ampliaram o olhar dos participantes para possibilidades das ferramentas que até então não haviam sido desenvolvidas, como a ideia de imprimir fotos dos educadores que acompanharão o estudante em 2021 e entregar para a família para que crianças com maior dificuldade de reconhecimento e vinculação possam ir se habituando àquelas figuras e possam fazer menção a elas mesmo quando não estiverem presentes na tela. Esta ideia só foi possível a partir do relato de uma educadora sobre uma sacola de materiais confeccionada em sua escola para crianças com dificuldade de envolvimento com as propostas virtuais e que trouxe resultados muito positivos. Essa é apenas uma amostra de como, quando favorecemos o compartilhamento e valorizamos os saberes dos educadores, uma linha puxa a outra e podemos seguir costurando caminhos para lidar com o que vem pela frente.    

Após os grupos apresentarem os principais pontos que foram discutidos, realizamos uma breve dinâmica para nos despedirmos. Retomando nosso 1o encontro, quando trouxemos objetos que nos representassem como educadores, falamos sobre o quanto, ao longo desta jornada profissional, vamos constituindo uma mala que preenchemos com novos objetos, símbolos e sentidos a cada experiência significativa que vivemos. Propusemos então que cada um pensasse sobre o que acredita que poderá levar desses nossos encontros em sua bagagem de agora em diante. Todos pensaram, digitaram no chat e, ao mesmo tempo, enviamos as mensagens para podermos conhecer o impacto que o projeto teve em cada um ali presente. As mensagens, uma mais bonita que a outra, só reforçaram a ideia motriz deste Projeto, que compartilhar e pensar junto nos fortalece e alimenta a construção de práticas para uma educação de qualidade para todos. 

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