Débora é, desde 2015, coordenadora pedagógica da EMEF 22 de março, escola pertencente à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, com cerca de 650 alunos matriculados, sendo 12 deles do AEE (Atendimento Educacional Especializado). Ela relatou sua experiência em um dos nossos encontros coletivos da Rede Municipal de Escolas Inclusivas. A primeira reflexão que ela nos traz é que, apesar de inicialmente todas as escolas pensarem em um formato de comunicação com as crianças e as famílias, foi preciso diversificar o acesso a elas para que uma troca se tornasse efetiva. Uma segunda reflexão importante foi sobre a importância da criação de vínculo e da relação escola/família para que uma atividade se torne significativa para o aluno.

É um prazer ter essa troca com a rede, está sendo muito rico. Sou coordenadora pedagógica da EMEF 22 de março, na Zona Sul. Pensei em contar aqui sobre como nos comunicamos com as famílias. A minha escola não tem até hoje sala de recursos multifuncionais mas temos alunos de atendimento educacional especializado. O grande desafio foi a comunicação com todos eles. Nós sabemos que o Google é a plataforma oficial, mas muitos alunos, principalmente do AEE, não tinham acesso. Apenas 2 acessaram o Google. A partir disso, a professora Francini Camarotto, do PAP (Projeto de apoio pedagógico), tomou frente desse desafio por meio dos que tinham familiaridade. Eles criaram um grupo de whatsapp. Tivemos algumas dificuldades para encontrar todos os telefones atualizados, mas a partir desse grupo, a professora de reforço criou atividades diferenciadas e pouco a pouco a gente foi conseguindo o vínculo e a interação. Como a pandemia se estendeu, ela usou deste recurso do WhatsApp para fazer vídeos e atividades diversificadas. Tivemos que flexibilizar muitos materiais. Imprimimos atividade complementares e as famílias vinham pegar na escola. E isso fez nos aproximarmos. A maior dificuldade foi estabelecer uma rotina. O bom é que nos aproximamos mais das famílias e dos alunos. E o que fica é dar continuidade a esse trabalho, pois o ensino híbrido talvez vá nos acompanhar. 

Com este relato,  Débora nos conta sobre a entrega da professora Francini para que a troca com as crianças se tornasse significativa. Ela revela que a devolutiva das famílias é fantástica e que, mesmo em casos em que a troca pelo Whatsapp foi difícil, foi possível se comunicar e criar atividades pedagógicas acessíveis a partir de uma parceria entre escola e pais. “Criar vínculo leva tempo e dá trabalho!”, diz Débora ao finalizar seu relato. 

Aqui temos um exemplo de uma atividade preparada pela professora Francini Camarotto. 

Uma estudante realizando uma das atividades planejadas

Relato por Débora Geniole

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